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sexta-feira, 11 de abril de 2014

9. Modelagem de estratégias

Tendo em vista nossos recursos cerebrais (nosso "hardware") serem os mesmos, se alguém pode aprender a fazer algo, qualquer pessoa também pode. A chave para isto é descobrir e modelar os passos essenciais da estratégia usada por uma pessoa e instalá-la em outra.
Você pode modelar as estratégias de qualquer pessoa, fazendo as perguntas adequadas para extrair os passos essenciais. É bom levar em conta que há pessoas que não têm uma idéia precisa do que fazem (principalmente porque o fazem rápida e insconscientemente), até que você as faça prestar atenção. Por exemplo, um executivo ao qual perguntei sobre como tomava decisões, sua primeira resposta foi "intuição e bom senso". Continuei fazendo perguntas, para descobrir que ele tinha etapas, por exemplo, de projeção de conseqüências e se colocar no lugar das pessoas. Já uma professora preparava aulas revendo o conteúdo no livro e montando o quadro que estaria apresentando aos alunos. Para saber se estava bom, ela se colocava na posição de um aluno.
Sobre como controlar as reações variando a luminosidade das lembranças (citação na página 26), Bandler (1987) completa:
"Eu aprendi a fazer isto com pessoas que já o faziam. Uma mulher contou-me, certa vez, que estava sempre alegre e que não deixava que nada a chateasse. Perguntei-lhe como conseguia e ela disse: 'Quando penso em algo negativo, simplesmente diminuo a luminosidade'".
Há artigos e livros específicos de PNL sobre a modelagem de estratégias. Mas lembre-se de que você com certeza já imitou e modelou fisiologias e comportamentos desde quando era bebê, e já tem estratégias desenvolvidas nesse sentido!

8. Estratégias internas e o corpo

É comum falarmos em "corpo" e "mente". Qual será exatamente a relação entre esses dois componentes? Alguns termos e frases comuns indicam que intuímos essa relação, embora talvez sem saber precisamente como aplicar essa informação para algo prático. Por exemplo: "Mens sana in corpore sano", "doenças psicossomáticas", "úlcera nervosa". Em todas está expressa a idéia de que algo que acontece na mente afeta o corpo. Vamos ver a seguir vários exemplos para esclarecer melhor essa relação. Para facilitar, faça as atividades seguintes.
Atividade 34 – Água na boca
Feche os olhos e imagine-se comendo o que mais gosta. Se se vir como que assistindo a um filme, entre no filme e veja tudo como se estivesse acontecendo agora. O que você está vendo e sentindo? Permita-se sentir o máximo de prazer que puder. Repare se houve algum impacto na sua salivação.
Atividade 35 – Afirmação
Pense em um objetivo qualquer que tenha no momento. Pode ser os que escolheu na atividade no início do texto. Diga em voz alta a afirmação "É possível! Sou capaz! Eu mereço!" enquanto faz o seguinte (observe as diferenças em si mesmo entre cada situação):
a)     Sentado, jogue o quadril à frente e a cabeça para trás e use um tom de voz bem lento e desanimado.

6. Execução de estratégias

Você certamente já brincou de fazer desenhos em várias páginas de um livro, de forma que ao passar rapidamente as páginas percebe-se uma animação. E certamente conhece a película de um filme, que é algo estático até que seja passado apropriadamente em um projetor. Da mesma forma um programa de computador não passa de um punhado de bytes guardados no disco rígido, até que os comandos que contém sejam colocados na memória e executados.
Uma estratégia instalada é como um programa de computador no disco ou um filme na película: nada acontece enquanto não for iniciada e processada. Elas precisam que lhes seja dada vida.  Para isso,  algo deve acontecer:
Uma decisão consciente – a pessoa voluntariamente escolhe iniciar a estratégia.
Estímulo ou contexto – algo que é percebido pela pessoa provoca o início da estratégia. A palavra “barata” pode iniciar uma estratégia de medo. Entrar em um ambiente pode iniciar uma estratégia de mal-estar. Tendo em vista nossa capacidade de distinguir, até um levantar de sobrancelhas pode iniciar algum processo interno. O estímulo também pode ser interno, como uma imagem, som ou sensação. Essa ligação de um estímulo com uma estratégia é chamada ancoragem, e o estímulo, âncora. A ancoragem pode ser provocada intencionalmente e é uma das maneiras de se intervir em estratégias e mudar comportamentos.

5. Aprendizagem de estratégias

Porque nem sempre sabemos de tantas coisas que somos capazes de fazer internamente?
Dependemos de processos inconscientes para viver e fazer o que fazemos. Seja a digestão ou a regeneração de tecidos, não precisamos tomar conta desses processos para que eles funcionem perfeitamente. O mesmo ocorre com a maioria dos processos de pensamento. Não precisamos prestar atenção neles para que funcionem, e fazer isto pode até atrapalhar (veja qual é melhor, soletrar prestando atenção na imagem interna ou não).
A resposta para a pergunta acima é que, quando fazemos algo bem, não precisamos ficar prestando atenção a como fazemos. E se não estamos prestando atenção a alguma coisa, ela fica inconsciente. O que é necessário para fazer algo bem, sem precisar prestar atenção a como fazemos?
Há resultados que obtemos facilmente, como caminhar, falar e soletrar. Outros resultados podem exigir alto grau de concentração e atenção consciente, como memorizar um texto. E há certas coisas que podemos não conseguir de jeito algum, como subir em uma corda equilibrando no queixo uma espada em cuja ponta se apóia uma travessa de alumínio com quatro taças de cristal. Mas há pessoas que fazem facilmente coisas que em princípio são difíceis para nós (o exemplo da espada é real, é de um torneio de artistas de circo). Esses exemplos evidenciam dois aspectos importantes relacionados a estratégias:
-          Estratégias são aprendidas, isto é, instaladas na mente como padrões para uso posterior.
-          Há graus de maturidade no aprendizado de uma estratégia.

Instalação de estratégias

Você sabe assobiar? Se sim, como faz para emitir exatamente o som que quer? Você aprendeu que, se fizer um bico com os lábios de um certo jeito e emitir uma certa quantidade de ar, sairá uma nota. Ligeiras variações no bico provocam outras notas. E você sabe que repetindo esses padrões, conseguirá os mesmos resultados.

4. Estratégias internas

Dedique alguns segundos para soletrar a palavra "estratégia".
Como você fez? Faça de novo e note seu olhar, para onde vai quando soletra? Se não notar, peça para alguém soletrar uma palavra qualquer e observe seus olhos. Todas as pessoas a quem fiz essa pergunta dizem essencialmente o mesmo: "eu faço internamente uma imagem da palavra e leio as letras".
Agora imagine uma criança em um ambiente escuro e tranqüilo, mas ela está sentindo medo. De onde vem seu medo? É claro que só pode vir de algum processamento interno acontecendo na criança. Talvez ela esteja imaginando um monstro grande e feio, que a olha com hostilidade.
Um outro exemplo interessante é o do ciúme. Certamente há pessoas que sentem ciúme de forma injustificada. O que ela deve fazer internamente para isto? Uma possibilidade simplificada, ocorrida com o nosso personagem Alguém, que percebe que o outro não chega como esperado:
·         Alguém imagina ele ou ela fazendo coisas bem agradáveis com outra pessoa.
·         Alguém lembra experiências ou fatos que sustentam a veracidade das imagens.
·         Alguém reage com emoção intensa (única consciente).
·         Alguém ouve uma voz interna dizendo: “Você é um corno!”, o que dispara a construção de imagens do outro fazendo coisas com outra pessoa...
Neste momento Alguém entrou em um círculo ou laço, já que a última etapa conduziu à primeira, e continuará a sentir ciúme até que esse processo seja interrompido por algum fato novo.
Soletração, medo e ciúme são exemplos de como combinamos e organizamos os processos internos. Uma seqüência desses comportamentos internos é chamada estratégia interna.

3. O que está acontecendo lá dentro

Nas atividades acima você fez várias coisas com seus mapas internos. Lembrou-se, imaginou, disse palavras internamente. Para que a sua inteligência consiga fazer essas coisas, é necessário algum tipo de processamento, algo deve acontecer. É semelhante ao processamento de um programa de computador, ele deve estar rodando para cumprir sua finalidade.
Parte da nossa inteligência consiste em processar, em fazer algo com os mapas. Estamos familiarizados com os processos internos da inteligência em um nível geral. Por exemplo, você sabe o que é pensar, lembrar, imaginar, deduzir, distinguir. Mas será que você sabe especificamente como imagina, como lembra, como pensa?
Temos representações internas ou mapas em vários canais de representação. Para processar esses mapas, temos operações específicas para cada tipo de mapa. Para imagens, por exemplo, temos a recuperação de imagens armazenadas, a elaboração ou construção de imagens nunca vistas e a formatação das imagens, de forma que lembra as imagens de uma TV: luminosidade, contraste, distância.
Em geral nossos comportamentos internos, no nível mais específico, consistem em:
·         Construir, lembrar e formatar imagens
·         Construir, lembrar e formatar sons
·         Diálogo interno (conversar consigo mesmo)
·         Sentir (tato, sensações corporais internas, emoções)

2. O que há lá dentro

Você gosta de jiló? Ou de fígado? Talvez você adore, odeie ou seja indiferente ao sabor desses alimentos. Talvez conheça alguém diferente de você, se não nesses, em outros alimentos.
Você provavelmente não tem medo de escuro, pelo menos não da maioria deles. Mas há pessoas que têm. Há também pessoas que têm medo de altura ou fobia de barata. Há pessoas que têm mais iniciativa, e outras menos. Outras têm mais iniciativa sob certas condições. Há pessoas mais obedientes e outras mais rebeldes, mais ou menos sensíveis à forma de falar, mais ou menos persistentes, mais ou menos afetuosas, mais ou menos corajosas.
Enfim, somos diferentes. E o que nos torna diferentes? O que faz com que duas pessoas, diante da mesma situação, ajam ou reajam de maneiras completamente diferentes? A resposta para todas essas perguntas tem a ver com o fato de sermos seres inteligentes. Sendo inteligentes, percebemos o mundo e guardamos nossas experiências para usar depois. Sendo inteligentes, temos objetivos, dos quais precisamos nos lembrar. E sendo inteligentes, aplicamos nossa experiência para elaborar e escolher os comportamentos que acreditamos que vão nos conduzir aos objetivos.
É preciso haver uma forma de representação interna da nossa experiência e dos nossos objetivos, de forma a podermos referenciá-los quando quisermos e definir as estratégias. Nossas representações devem responder, por exemplo: como sei qual é o estado atual das coisas? Como sei o que tomei no café da manhã de ontem? Como sei o quero fazer de diferente no mundo? Qual é a melhor estratégia para atingir meus objetivos? O que vou fazer a seguir? Bandler e Grinder (1975) expressaram esse fato assim: