É comum falarmos em "corpo" e "mente".
Qual será exatamente a relação entre esses dois componentes? Alguns termos e
frases comuns indicam que intuímos essa relação, embora talvez sem saber
precisamente como aplicar essa informação para algo prático. Por exemplo:
"Mens sana in corpore sano",
"doenças psicossomáticas", "úlcera nervosa". Em todas está
expressa a idéia de que algo que acontece na mente afeta o corpo. Vamos ver a
seguir vários exemplos para esclarecer melhor essa relação. Para facilitar,
faça as atividades seguintes.
Atividade 34 – Água na boca
Feche os olhos e imagine-se comendo o que mais gosta.
Se se vir como que assistindo a um filme, entre no filme e veja tudo como se estivesse
acontecendo agora. O que você está vendo e sentindo? Permita-se sentir o máximo
de prazer que puder. Repare se houve algum impacto na sua salivação.
Atividade 35 – Afirmação
Pense em um objetivo qualquer que tenha no momento.
Pode ser os que escolheu na atividade no início do texto. Diga em voz alta a
afirmação "É possível! Sou capaz! Eu mereço!" enquanto faz o seguinte
(observe as diferenças em si mesmo entre cada situação):
a)
Sentado, jogue o quadril à frente e a cabeça para
trás e use um tom de voz bem lento e desanimado.
b)
Em pé,
com o mesmo tom de voz que o anterior.
c)
Em pé, encaixe os quadris, jogue os ombros para
trás, punhos fechados com uma certa tensão, usando um tom de voz decidido e
firme.
d)
Na mesma posição e tom de voz anteriores,
acrescente algumas imagens de você no futuro próximo, tendo atingido com
sucesso o objetivo e já na fase de estar curtindo, usufruindo o resultado.
Atividade 36 – Interjeições
Primeiro, leia a historinha abaixo.
Alguém
andava distraidamente pelo quintal de sua casa quando percebeu o filho do
vizinho em um canto. "A-há!". Percebeu que fumava escondido e
hostilmente fez: "Óóóóóó!". O meninho saiu correndo e Alguém viu,
consternado, que ele pisara nas flores recém-surgidas. Lamentou:
"Oh!". Entrou na casa e, ao cruzar com sua esposa, esta lhe deu uns
beijos e beliscou sem bumbum. Ele fez, marotamente e com um risinho:
"Óóóóó!" Foi então à geladeira e viu que tinha o seu doce preferido
entre os preferidos. E soltou um "Yeesssss!" enfático. Colocou um
pouco do doce em um prato, sentou-se, comeu o primeiro pedaço e saborosamente
exclamou: "Hmmmmmm!".
Agora, reveja as cenas e "vivencie" o que
Alguém diz em cada situação; imagine que a situação está realmente acontecendo.
Procure notar as mudanças e diferenças em seu corpo a cada exclamação.
Pistas de acesso
Como você deve ter percebido, é mais fácil verificar a
interação entre corpo e mente do que explicar porque e como isto ocorre. E de
fato não precisamos saber disto, precisamos saber como usar esta integração
para obtermos os resultados que queremos. Mais do que conhecer a verdade, nossa
abordagem busca a utilidade.
O fato é que o que pensamos pode provocar mudanças
perceptíveis no corpo. O inverso é verdadeiro: mudanças no corpo provocam
mudanças nas representações mentais. E o que pensamos pode provocar emoções,
que afetam o corpo.
Foi descoberta uma interessante e útil relação entre os
processos internos e o movimento dos olhos.
Esses processos, como vimos, estão relacionados aos sentidos: vemos,
ouvimos, sentimos e falamos com nós mesmos
(diálogo interno). Ao visualizar internamente, podemos estar lembrando
ou construindo imagens, o mesmo ocorrendo com os sons. Um dos recursos mais
usados em PNL é a relação entre os processos internos de uma pessoa e o
movimento dos olhos. A indicação externa do que estamos fazendo é a posição dos
olhos. Tipicamente, ao construirmos imagens, movemos os olhos para o alto, à
direita. Ao captar uma sensação, tipicamente olhamos para baixo, à direita.
Veja na figura a posição dos olhos correspondente a cada tipo de acesso. (AR
– auditivo recordado; VC – visual construído; C – cinestésico ou
sensação, às vezes representado por K, e assim por diante). Estas posições
correspondem ao padrão de aproximadamente 90% das pessoas, e nas demais
aparecem invertidos lateralmente.
Os movimentos oculares e outros, chamados pistas de acesso, são usados por exemplo
para se detectar o que uma pessoa está fazendo e no que ela está prestando
atenção, ou seja, as estratégias internas que ela está aplicando. Podem ser
usadas também para induzir o uso de certas estratégias e não de outras. Por
exemplo, na parte criativa de uma tarefa, posso olhar para cima à direita.
Sobre isto, veja o que dizem Dilts e Epstein (1999):
"(...)
experimentar essas pistas não nos fará automaticamente começar a ver fantasias
em technicolor. O nosso sistema
nervoso não é uma máquina e as pistas de acesso não são simples gatilhos
causa-efeito. Ajustar a nossa pista de acesso pode ser comparado ao que fazemos
quando estamos sintonizando um canal na televisão. A imagem na tela não vem
realmente de dentro da televisão. A imagem é transmitida de algum outro lugar.
Ao sintonizarmos um canal, podemos escolher as imagens e os sons que estão
sendo transmitidos. As pistas de acesso funcionam de maneira semelhante. Elas
ajudam a pessoa a sintonizar quaisquer representações mentais que estejam
ativas. Da mesma maneira como ocorre com a televisão, descobrimos que se o
sinal transmitido for fraco ou distante, talvez não seja possível captá-lo
independentemente das nossas tentativas para ajustar os botões. Contudo, se
morarmos próximo a uma torre de transmissão ou satélite a precisão da
sintonização é menos essencial"
Atividade 37 – Pistas visuais de acesso
Para verificar os padrões de relação entre os
processos internos e os movimentos dos olhos, peça para alguém responder às
perguntas abaixo e observe seus olhos.
·
Visual
recordado – De que cor é a porta da frente da sua casa ou seu apartamento?
De que cor são os olhos da sua mãe? Qual a altura do edifício onde você mora?
·
Visual
construído – Como você se pareceria, do meu ponto de vista? Como você
ficaria de cabelo roxo? Em um mapa de cabeça para baixo, em que direção ficaria
o Sul?
·
Auditivo
recordado – Qual é o seu tipo preferido de música? Como seria sua voz
debaixo d'água? Qual seria o som de uma serra elétrica cortando uma chapa de
aço?
·
Auditivo
construído – Você consegue ouvir um papagaio dizendo seu nome carinhosamente
no seu ouvido direito? E no esquerdo? Como é apertar uma tecla de um piano e
ouvir um latido?
·
Cinestésico
– Qual é a sensação da água no seu corpo quando você nada? Como é a sensação de
apertar o dedo na porta? Como é o pelo de um gato? Qual de suas mãos neste
momento tem mais sensações?
·
Diálogo
interno (auditivo digital) – Em que tom de voz você diz algo a si mesmo
quando verifica que fez um bom trabalho? O que diz para si mesmo quando algo dá
errado? Quando fala consigo mesmo, de onde vem o som?
a)
Abra a boca como se estivesse sorrindo.
b)
Faça de conta que está gargalhando.
c)
Tomar uma decisão sentado e "jogado"
na cadeira;
d)
Tomar uma decisão de pé, em postura de
"força" e "disposição”;
e)
Assuma uma postura de "raiva".
Atividade 39 – Observação
Você já viu um cachorro latir? Ele late com todo o
corpo, desde a cabeça até o rabo, tudo se movimenta. Como exercício, saia por
aí com a intenção de observar a integração corpo/mente de pessoas e animais.
Você pode perguntar: “E aí, animado?”, e comparar a resposta verbal com a não
verbal.
Atividade 40 – Expiração de limpeza
Um exercício de "limpeza" do Ioga consiste
em expirar forte, associado a movimentos corporais. Faça o seguinte, enquanto
observa as diferenças:
a)
De pé, solte o ar normalmente pela boca;
b)
Solte o ar com força pela boca;
c)
Encaixe os quadris, estenda os braços à frente,
feche os punhos com força, mova devagar os punhos em direção ao peito enquanto
abre os cotovelos e expire forte pela boca, enquanto estende os braços
rapidamente à frente.
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